segunda-feira, 14 de julho de 2008

Beijos

Resolvi falar sobre o beijo, a mais antiga forma de demonstração afetiva entre duas ou mais pessoas. Um beijo envolve toda uma significação, uma preparação do corpo para dar e receber afeto. Nada é como o primeiro beijo entre duas pessoas. Todo aquele clima, aquela expectativa, que pode ser ou não realidade. Tudo depende do beijo.
Sejamos realistas. Quantos relacionamentos já devem ter acabado por causa do beijo? Ou começado pelo primeiro beijo? É realmente algo para se pensar. Imaginamos a seguinte cena: um jovem casal encontra-se na Inglaterra antiga, em um dos bailes reais. Toda aquela dança, a conquista, a sedução por parte do homem, a pureza por parte da mulher. Então, os dois enamorados fogem sorrateiramente para um encontro no jardim do palácio. Sob a luz do luar os pombinhos trocam seu primeiro beijo. Um desastre. Ele tem mau-hálito, ela não sabe o que fazer, e o que era para ser um conto de fadas, ou no mínimo um filme ganhador de Oscars, acaba por causa do beijo.
Vamos agora a uma outra cena: baile funk carioca, favela da Rocinha, Brasil da atualidade. Entre todas as atividades ilícitas praticadas neste local, balas perdidas cruzando o salão de festa, dois jovens atraentes se encontram. Depois de um breve olhar, os dois se lançam à um beijo caliente como o mais romântico das novelas. Tudo perfeito, apesar das adversidades enfrentadas, e os dois apaixonam-se. Casam-se e procriam-se. Uma vida começada por um bom beijo.
Recentemente li em um jornal que a atriz fenomenal Juliana Paes não usa beijo técnico. Ela sempre beija como na vida real. Quantos atores já não viram-se tontos diante da beleza da atriz global e do seu beijo natural, sem truques da telinha? Imagino-me ator, beijando ela. Sairia de cena no mínimo babando. E apaixonado.
O beijo é mais intimo que o próprio sexo. Prova disso é que as moças que trabalham na noite não beijam seus clientes. “Muito íntimo”, dizem. Mas a verdade é que elas podem encontrar um beijo apaixonante, e a elas não se permite apaixonar. É a vida.
Mas nem tudo está acabado. Acabo de ver no jornal que o Governo Federal lançou uma cartilha sobre o beijo. Preparam-se jovens de outros países: logo, logo o Brasil será o país do melhor beijo do mundo. Ensinado por cartilhas. Afinal, o beijo é também uma linguagem universal. A linguagem do amor.

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