segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O Topete

Bom, hoje vou contar uma história do Pedrinho, um amigo dos tempos da escola. Pedrinho era um sujeito boa pinta, cabelo que esbanjava um sisudo topete “à la Elvis”, o que encantava as meninas da escola, que suspiravam apaixonadas ao vê-lo passar por elas e dizer aquele oi de galã de novela.

Não era magro nem gordo, media cerca de metro e setenta, tinha um sorriso que derrubava as meninas, mas fora isso, era comum. O que encantava as mulheres era o topete mesmo.

Bom, esse era o Pedrinho. Mas o Pedrinho tinha uma paixão secreta. Isso mesmo, ele, o conquistador, o arrebatador de corações, o insuperável Pedrinho caía de quatro assim que avistava ela. Ela, no caso, era a Lurdinha.

Cara, a Lurdinha só era “inha” no nome mesmo. Ela era linda, com seus cabelos louros cacheados, olhos azuis, mas de um azul que fazia o céu passar vergonha. Seu nariz tinha o formato perfeito, aquele não muito grande nem pequeno, mas no tamanho certo.

Sua boca então, que boca. Tenho desconfiança que a Angelina Jolie fez uma plástica para ter a boca igual a da Lurdinha, mas ainda não tenho certeza. Bom, continuando, seu pescoço faria o Conde Drácula ter sonhos proibidos com aquele pescoço.

Seu corpo era mais desenvolvido que o das meninas da época. Coisa de hormônios, creio eu. Já tinha curvas, e isso era algo raro, pois as meninas demoravam mais para ter suas curvas definidas. E para arrebatar, os pezinhos dela, números 34, eram o toque final que o criador havia dado para sua mais bela criatura.

Bom, como eu dizia, o Pedrinho era loucamente apaixonado por Lurdinha. Mas não conseguia chamar a atenção de sua amada, pois ela simplesmente ignorava-o. ela passava por ela todo sorridente, ajeitava o topete, abria aquele sorriso, e caprichava no oiiii. E ela nem tchum pra ele.

Isso deixava-o ainda mais intrigado. Ele podia ter qualquer menina da escola, menos ela. Menos Lurdinha, que era a única que ele realmente queria. Mas não podia continuar desse jeito, ele iria tomar uma atitude, não era possível ela ignorá-lo completamente. E foi aí que resolveu conversar com ela.

Foi numa tarde ensolarada de setembro que ele encheu o peito de coragem, passou seu melhor perfume, chegou para ela e pediu se podiam conversar. Ela olhou com cara de desleixo, disse aquele sim meio sem graça e olhou para ele.

Com o coração quase saltando pela boca, ele começou a falar, ou melhor, gaguejar para ela:

- Lu, Lu, Lurdinha, é que eu... bbeem, eu so, so, souu apaixonadoo, ppppor você, e pepepepensei...

Nisso ela olhou para ele, de cima a baixo, e levantando-se falou:

- Não gosto do Elvis...

Cara, a vida do Pedrinho desmoronou. Ele cortou o topete, para desespero das meninas da escola. Apareceu com um corte normal, e pela primeira vez em sua vida Lurdinha passou e lhe disse oi. A partir daí, ele começou a se aproximar de sua amada e acabaram namorando. E noivando. E casando.

Ou seja, ele abriu mão de todas as mulheres que podia conquistar por uma só. Abriu mão do seu amado cabelo por ela, a Lurdinha. Mas fazer o que, ele amava ela. E o amor às vezes é complicado. Eu mesmo, nesse momento, não paro de pensar na....

Bom, deixa pra lá, isso não vem ao caso...

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